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domingo, 29 de setembro de 2013

Na margem da lua

Ouço seus passos a minha porta, sinto seu perfume passeando por entre as frestas da janela, você me alucina, me enlouquece com seu cheiro forte e suave, frio e quente, denso e levemente apimentado, um olhar provocante, você me conquista, torno-me escravo de meus instintos carnais, dentro de mim já não corre sangue, apenas prazer, um complexo de sentimentos e odores mórbidos totalmente alucinogénos  estou viciado em ti, lembro-me da maciez de seus lábios roçando os meus entre pequenas e suaves mordidas, te desejo, é como se o sol tocasse minha pele e ali fizesse morada durante apenas uma eternidade, é como o doce sabor da tentação, do fruto proibido, da sensação do pecado cometido, apenas por que o desejo de te ter é infinitamente maior do que a necessidade de estar longe, bem distante,  protegido contra sua sensualidade mágica, hipnótica que aguça-me o paladar sobre seu corpo, e me faz querer senti-lo cada vez mais, abruptamente te tenho em mim, posso sentir sua respiração ofegante intercalada em gritos e clamores ao Soberano, enquanto meus olhos fechados desenham a valsa que dançamos juntos nesse momento, nos unindo em apenas um cálice, um sentimento, chamado paixão, um fogo, um corpo, essa sensação me alimenta e arrebata meus pequenos sentidos, quase nulos e ocultos pensamentos, desagua meus olhos pelas linhas perfeitas que constituem o seu corpo, morrendo de vontade de te possuir cada vez mais, entre linhas ténues de um raciocínio ilusório, sacio minha sede de você nos seus lábios carnudos recheados de mel que escorre pela sua boca até a minha enquanto me apertas contra seu peito me abraçando com bastante vontade, como se fosse me despedaçar em um segundo, buscando unir muito alem do que apenas nossos corpos em chamas em frente a lareira da sala, procurando assim a perfeita dança, a mais correcta coreografia que unirá o mais profundo ponto de nossas almas na margem da lua, entre as estrelas cintilantes de pequeno porte, estrelas cadentes, ou mesmo constelações inteiras, acima de todas elas te coloco, e em órbita nos dissolvemos um no outro, perturbando todas as leis da física, afinal, somos animais, racionais, porém, selvagens...

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