Brechas

 
Mais um dia, me deparo em meio estas palavras, leio, releio, ideias razas, nao me contento, nao me iludo, planto, rego, e escuto, cada pequeno movimento, ainda que sejam na ponta dos pes, sua astucia passou bem longe, tente outra coisa ao inves, procuro uma saida, um novo caminho, uma estrada diferente para caminhar sozinho, sem medo, sem receio algum, sem emocoes, suas atitudes roubaram meus sonhos, verdade, mentira, viloes, careco de super herois, sejam em filmes, livros, algo que caiba dentro de nos, possivelmente uma inutilidade desencadeada, onde a dramaturgia e encenada, ninguem quer mais nada, nesta vida enfadada, mesmo que os rios continuem a correr, sera um ciclo nascer, viver e morrer, ate que se completem os tempos predeterminados, onde veremos supostamente o certo e o errado, como se ja nao antes soubessemos disso, direita ou esquerda, cima ou baixo, crespo ou liso, ultimo aviso, melhor nem falar, tantos anos se passaram e voce nao quis acreditar, nao vai ser agora, ja nao e conselho, e esmola, pobre, coitado, doeu, talvez o primeiro erro na verdade foi meu, por querer demais, tentar demais, acreditar der mais, mesmo sabendo que pra voce sempre foi tanto faz, mas bem, a vida e mesmo assim, dias de luta, dias de gloria ja dizia o batuque no tamborim, soldado mirim, educado pra guerra, aprendeu desde cedo a conviver nesta atmosfera, de sangue, odio, e traicoes, superou todos os obstaculos, chupou tantos limoes, fez cara feia, de lado, no canto, segurou a onda, quem olhava pra ele nao admitia afronta, sempre em aviso, por tras do sorriso, de frente a bandeira hasteada, havia uma ultima batalha, conviver consigo mesmo, com seus proprios demonios que dilatavam suas falhas.

Arritmia

 
Nao adianta correr se voce nao quer chegar em lado algum, ser apenas mais um, se nao tem objetivo, se desconhece a existencia do que esta por vir, entre tropecos e solavancos voce engana ate que bem, porem tudo que aquilo que de mal anseia aos outros te faz refem, seus pensamentos quem os contem? Afinal se sujeita a coisas que mais ninguem, em seu rosto santidade, em suas vestes pureza, em seu coracao carrega a ira, o odio, no espirito a pobreza, com sutileza, a maioria nao enxerga, mas para aquele que observa a semente, cuida e rega, para este nao ha pranto, nao ha lagrimas secas nem encanto, que desvanecam sua razao, pois este cavaleiro andante nao se entrega ao palpitar do coracao, muito menos pela emocao daquilo que os olhos alcancam, pois na matematica da vida, o ritmo se apresenta enquanto muitos dancam, como o barco que balanca, sobre grandes rios e pequenos mares, como os ventos que sopram sobre as plumas das aves, assim e o coracao machucado, sensivel, indiscreto e muitas vezes amaldicoado, entregue a viver, muito mais do que o proprio foi feito para ser, e pelas palmas entre sussurros ele e feito de espetaculo, do outro lado do muro, no escuro, o pulo do gato, uma armadilha, uma estaca perdida entre outras guerrilhas, de quem te conheceu, que te julgou, de todos aqueles que empurraram um a um, prometeu, mas nunca amou, nem se quer tentou, mesmo que o tenham dito, quem sabe seu destino, ja tava escrito. No meio da madrugada, acordado, no meio da selva um leao desgarrado, nos ares uma aguia sem garras, no oceano um tubarao, um predador, o vilao, pelo menos de um lado da historia, depende de que lado voce estiver voce vera o que quiser, afinal, sempre foi e sera assim, somente o silencio lhe trara o merecido fim,

Coracoes vazios

 
Se passaram varios dias, mas nunca me esqueco daquele olhar, intenso e suave como as ondas do mar, com lua cheia de encantar, quem poderia pensar, se quer imaginar? Em seus labios, eu saboreava cada palavra, como um fruto proibido que outrota antes sonhava, imaginacao borbulhava, minhas maos formigava, as borboletas faziam festas a cada passo que ela dava, seu perfume, ah seu perfume, ainda que todos usassem o mesmo, em sua pele haveria alquimia, tudo se renovaria, se transformaria, uma perfeita harmonia, nem Bach pensaria, quem diria, eu e voce um dia, finalmente juntos, finalmente nos encontramos, mesmo sabendo que por diferentes caminhos continuaremos caminhando, mas, isto nao importa, segundos ao seu lado foram como um eternidade, cada toque, cada sorriso, uma historia, uma verdade, muito alem das fabulas e mitologias, seu sorriso resplandece todo aquele que o presencia, que alegria, por esta nem os profetas esperavam, mesmo se tivesse escrito a maioria o descriminava, foi o que foi, durou o que durou, seu olhar cruzou o meu por tres segundos e fogo me incendiou, por tres segundos me adentrou, se espalhou e me consumiu, hoje percorre outros lugares, procurando outros coracoes vazios.

A caricatura da liberdade

 

Caiu a mascara, a casa caiu, voce sumiu, estou sem palavras, tudo em silencio, nem um assobio, onde ja se viu, tamanho embaraco, voce se tornou obvio, chato, seletivo, um homem com atitude de menino, ingrato, carrasco, talvez corrupto, um pouco tolo e meio astuto, sua sombra acompanha o crescimento do seu ego, nao nego, por entre curvas e retas, descarrego, me entrego, mas por breves instantes, em momentos de solidao, constragimentos inconcertantes, mas sigo adiante, sem precisar me corromper, afinal, pega mal se o fazer, ja estou rotulada, agora invento historias, cada uma para um, cada uma com seu final feliz em memorias, de que adianta, de que adianta, nada mais sera o mesmo, por que nunca mais serei quem sou, a evolucao me impulsiona e eu simplesmente vou, as vezes de costas, de frente, de lado, tenho cara de santa, mas meu sobrenome e o pecado, nele me agrado, me grudo, me colo, me embolo, me lambuso, entre diferentes perspectivas, serei sempre o triangulo obtuso, nao me preocupo, eu mesmo me acuso, sei muito mais de mim mesmo do que qualquer um que abuso, por isto me sinto incluso, nunca um recluso, jamais um detento, esperando o julgamento, aguardando uma fabula real, um diminuicao do codigo penal, ou um aval de liberdade, soltura, e se ninguem me segura, criminal sempre fui, sempre serei, pois se amar for crime, para ele vivo, por ele me entregarei, aqui nasce um movimento, uma verdade, uma pintura em oleo, tela branca, uma caricatura da liberdade.