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domingo, 27 de outubro de 2013

Adeus

Ainda estou remoendo seus últimos suspiros, suas ultimas palavras enquanto caminhavas lentamente se afastando de mim, cada passo seu me tomava mais e mais o ar que corria em meus pulmões, minha vida já não fazia sentido, eu estava desfalecendo, meus olhos estavam ficando pesados, minhas mãos dormentes, meu coração mal bombeava sangue para meu corpo, tudo por que a razão da minha vida estava prestes a se ausentar de mim, ela estava indo para um lugar muito longe, aonde eu jamais a poderia ver, espero que dando vida a alguém que a mereça mais do que eu, por que se eu não sou digno dela, de que me vale a vida mesmo.

Amar não é opção

Quero te olhar, olhar para sempre, estar bem perto dessa sua pele macia e cheirosa, quero passar meus lábios em seus lábios, minha mão em sua nuca, te apertar contra o meu corpo em perfeita sintonia, por em meus pulmões todo o ar que possa existir dentro dos seus, quero viver em sua boca, respirar o seu perfume a cada dia, quero ser guiado de olhos vendados pelos olhos seus até o infinito e um pouco mais, quero sentir o seu calor no Inverno, percorrendo meu corpo como brasa viva por dentro e por fora, poder desfrutar em seus braços a brisa que corre durante o Verão que espalha as sementes, o fogo, e a mais fértil imaginação, ouvir os pássaros cantarem e o balançar das árvores na Primavera em meio o desabrochar dos Sinos, e no Outono poder contar as folhas que caem no chão, mostrando que tudo precisa ser renovado para ser apreciado, até mesmo o poder de uma forte paixão, parece simples, e é, mas é mesmo isso que se quer entre dois corações, um lugar aonde não exista segredos, medos, nem tão pouco aflição, um lugar restrito, totalmente abarrotado com a mais pura paz, aonde se possa sonhar, voar, aonde amar não é opção.  

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Virando a página

Virando a página sinto-me livre como uma pena que cai em um abismo profundo bailando levemente por entre os pequenos espaços entre os átomos presos a sua ignorância, procurando um espaço, uma razão para tudo que já é e virá, criando uma confusão organizada de forma pouco abstracta em sua textura pouco racional, tenho medo do improvável, do impossível, do próximo segundo, a inconstância é fatal e dolorido quando temos a certeza de que ela apenas existe e constantemente nos cerca com suas malícias e astúcias progressivas e na maior parte das vezes acertadas, os planos são sempre arrancados por suas raízes, e as palavras sempre ferem o caule que derrama seu leite puro sobre um solo tão maltratado porém fértil, surpreendentemente hoje o sol nasceu, reinou sobre mais um dia pouco esperado por muitos, mas seus raios não brilharam com a intensidade da sua capacidade regular, hoje as nuvens o sufocaram sem dó nem piedade, afugentando de mim todos os pensamentos maltratando meu âmago, fazendo com que sobre meus lençóis ficassem lágrimas de um passado passageiro que hoje derramou a última gota em prol de nós dois, pois descobri que há um sorriso em cada lágrima, agora que a unidade me alcançou, viverei como um andante em retorno a busca infindável pela felicidade momentânea que durará, espero eu, para sempre.

Divagando

Nunca desejei tanto ser acometido pelo silêncio em seus lábios, suas palavras são afiadas, seu olhar imaturo, sua tendência é o precipício de um princípio básico hereditário remoído por sua mente fraca, incapaz de argumentar significantes e breves estados compostos por sinais evidentes ao mais mero ser, em ti vejo ausência de todos os factores submersos em seu doce olhar, em sua brusca e robusta face, em suas palavras simpáticas destorcidas em actos subliminares a razão mais óbvia do doce pecado cometido no limite do inimaginável, tendo em conta que o segundo nunca será o próximo, muito menos o primeiro, e o pigmento que para uns é enfeite, para a maioria é mancha de medo e rancor de seus próprios pensamentos e atitudes insolentes, vou divagar por outros paralelos, aonde a teoria sugere que algures haverá compreensão, ou falta de motivos para a existência da mesma

domingo, 6 de outubro de 2013

Possibilidades

Com os erros aprendi a ouvir com mais atenção aos conselhos que me são dados, com os acertos descobri que nem sempre a razão é a melhor opção, com os traumas aprendi que tudo é mais pavoroso do que parece, e, com as conquistas descobri que não há nada à temer, mais cedo ou mais tarde acabamos descobrindo que durante toda nossa existência não aprendemos nada, comparado ao números de possibilidades infinitas que nos rodeiam, e definem de maneira robusta cada ser em constante movimento, uns precoces, outros estagnados em um mundo de fantasia, ainda outros buscando entender o indiscutível, incompreensível valor da vida, e quando descobrem que a vida não tem preço, entendem que ela não possui valor algum enquanto vida, e sim, apenas depois da morte, sábios buscam entender, médicos tentam retardar, mas o ar precisa se mover e respirar, e não somos capazes de sustê-lo por muitos e muitos anos, nos contaminamos com nós mesmos, com tudo aquilo que dizemos ser o melhor, injuriamos causas, ganhamos salvas, placas, troféus, e no meio de tanto orgulho nos afundamos na densa e espessa camada de maquilhagem que cobre a face humana, até que a chuva tempestuosa leva tudo aquilo que víamos, que sonhávamos ser, nosso modelo, nossa imagem, nosso ideal, e passamos a entender que cada um é diferente de si mesmo, que o espelho nunca reflectiu o exacto, e sim, o querer ser, e o importante é despertar dessa alusão indeferida por um brilho de pouca duração, e cogitar a possibilidade de ser o que é, na esperança, não de mudança, e sim, talvez, de melhoria do mesmo.

Sonhos

Ali estava você, vestida de branco dos pés a cabeça, com seu longo vestido roubado de um sonho qualquer, coberto de pequenas flores brancas, e todo o brilho que o sol podia oferecer, sobre seus cabelos reflectiam os raios solares, que transpassavam a alma de todos aqueles que te observavam, na beira daquele penhasco, enquanto o sol lentamente se punha naquela tarde de verão, e já estava próximo, eu podia sentir, e a medida que entardecia os pássaros se aconchegavam em seus ninhos, voltando para seus lares, a brisa cortava os ramos das árvores e assobiavam lindamente canções de amor, transformando cada pensamento em uma harmonia majestosa, suportável até para aqueles que passaram a vida apreciando os mais sórdidos ruídos, chamando-lhe melodia, enquanto isso em suas aconchegantes casas, todos comemoravam mais um dia, mais um ano, mais um milénio que se aproximava calmamente e marcava suas tendências como brasa sobre a palha, neste momento nada mais existe, senão seu lindo corpo estendido pela areia em meio as rochas desde calabouço de dúvida que percorre pelo seu olhar, e em meio pequenas expressões óbvias que descrevem o que sentes, estão aquelas mordidas de amargura nos lábios inferiores, que aguçam ainda mais o desespero de quem apenas de passagem observa, enquanto a lua se enchia com os últimos pedaços da luz daquele dia que se findava, sobre aquele oceano tão imenso, carregado de falsas esperanças e expectativas doentias que ao passar do tempo chegará em terra, e afectará a maioria que for atingida, pensando em prós e contras, objectivos e metas quase impossíveis de se realizar, fecho os olhos diante da neblina que cobre minha visão, e adormeço mais uma vez intercalando sonhos e pesadelos, até que um ou outro me leve a você.