Porcos não reconhecem pérolas

Me desculpe por te levar para ver o pôr do sol, me desculpe por subir aos mais altos montes para contarmos as estrelas, me desculpe pelas tardes passadas adivinhando os desenhos nas nuvens, me desculpe por ter falhado inúmeras vezes sem perceber que o tempo estava passando, me desculpe por achar que sabia o que estava fazendo enquanto lia o manual de instruções, me desculpe por olhar tão profundamente em seus olhos e poder me ver dentro deles, me desculpe por motivar uma história tão linda tocando em sua face e a acariciando com ternura louco para provar um pouco de você, me desculpe por chegar tão perto de sua boca e sentir o calor de seus lábios tão docemente, me desculpe por amar com preconceito sem amar direito o que por alguma razão a vida pôs no meu caminho, me desculpe por falar tamanhas idiotices sem saber o que estava realmente falando, me desculpe por chorar alegremente quando era inevitável por ter sua presença serena ao meu lado, me desculpe por sofrer vezes sem conta e fazer sofrer, me desculpe por sonhar tão alto que você não conseguia entender, nem se quer chegar perto para desfrutar as minhas felicidades, me desculpe pelas noites passadas em claro soluçando ao telefone meio perdido com tanta escuridão, me desculpe pelos muitos atrasos, pelas inúmeras faltas, me desculpe pela dureza do meu coração e pela frieza de minhas mãos, me desculpe pela incerteza de minha mente nublada, por cultivar tanto essas dúvidas cruéis porém necessárias, me desculpe por ter tentado sem ter o poder de saber o amanhã,” e sobretudo me desculpe por estas ridículas e inúteis desculpas, porque naturalmente elas não são para você, elas são para mim, porque porcos não reconhecem pérolas”.
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